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2ª parte da entrevista que A.Z. Cordenonsi deu ao blog Vide de Escritor e que replicamos aqui.

 

Salve escritores,

Estamos de volta com A.Z. Cordenonsi, autor de “Le Chevalier E A Exposição Universal”, vocês pediram e agora nessa parte da entrevista você irá saber como desenvolver personagens protagonistas no seu romance de steampunk, entenderá mais sobre como um mundo de vapor funciona e conhecerá um pouco mais sobre os trabalhos desse autor.

Então, preparado para ter um drozde só seu?

Não sabe o que é um drozde? Então não deixe de descobrir na primeira parte desse papo, aqui.

Enjoy.

 

O Cativante Universo de Vapor e Metal

As duplas são famosas na literatura mundial, não sem motivo. Quando você estabelece uma boa química entre eles, a possibilidade do livro funcionar aumenta. E eu já tinha um personagem correto, apesar de não respeitar muito as regras, que é o Le Chevalier. Um personagem irritante era um bom contraponto para o espião.Cordenonsi

 

VA: Agora falando de coadjuvantes… E o Persa. Se seu objetivo era irritar o leitor, conseguiu, pois o Persa é muito irritante, sempre reclamando, sempre falando alguma coisa na cara de alguém. Não tome isso como uma crítica, pelo contrário, esse é um mérito que poucos autores têm: criar personagens amados, odiados, irritantes… De onde o Persa vem? Como você resolveu colocá-lo no romance? E fale sobre a química entre ele e LeChevalier.

 

AZ: Persa é o contraponto de Le Chevalier, em vários sentidos.

O espião é centrado e calmo. Sabe que suas decisões podem significar a vida e a morte de muitas pessoas, por isso examina tudo sob os mais diversos ângulos e aceita a responsabilidade sobre seus erros.

Persa representa a vida que ele deixou para trás. O sujeito é reclamão, mas adora os prazeres da vida: comida, bebida e cigarros. Algo que, inconscientemente, Le Chevalier abdicou ao assumir o manto. Da mesma forma, Persa não tem papas na língua; e o espião precisa se conter.

Como lados opostos da mesma moeda, eles se completam. Persa é absolutamente leal à Le Chevalier, por um motivo muito simples: ele o trata como igual, independente de sua origem. Ele o escuta, se importa com ele e o tem como amigo. Na sociedade parisiense do século XIX, isso seria um escândalo e Persa sabe disso.

Persa entrevista a.z. cordenonsi le chevalier avec editora

Eu precisava do Persa por vários motivos. Le Chevalier precisava de alguém para conversar. Um espião sozinho poderia transformar a história em uma sucessão longa de narrativas, e isso era algo que eu não buscava.

Ele fornece uma pausa para respirar – ao se meter em situações cômicas e absurdas –, e é um ótimo interlocutor para os pensamentos do espião e da própria trama.

As duplas são famosas na literatura mundial, não sem motivo. Quando você estabelece uma boa química entre eles, a possibilidade do livro funcionar aumenta. E eu já tinha um personagem correto, apesar de não respeitar muito as regras, que é o Le Chevalier. Um personagem irritante era um bom contraponto para o espião.

 

VA: Como criou o universo de Le Chevalier? Pois ele é impressionante: reúne personagens literários, personalidade históricas. Temos ali Napoleão III e Don Pedro; uma Prússia planejando invadir a França e uma sociedade secreta de espiões.

São muitos ingredientes nessa receita. Como você a fez ficar saborosa, ao invés de ser “uma colcha de retalhos sem sentido”?

 

AZ: Pesquisa, pesquisa e… bem, um pouco mais de pesquisa. Não há outra maneira.

Eu escolhi fazer um livro de história alternativa, então, precisava entender o que aconteceu, de fato, naquele período histórico.

Depois, tinha que bolar o que mudaria e o que não mudaria. A escolha da França também se deu por causa disso. Diferente da Inglaterra, a França estava cercada por nações em ebulição – a confederação da Alemanha do Norte, a Prússia, a Itália tentando se unificar, a Espanha.

Este foi o século das Guerras. Apesar de termos em mente a I e a II Guerra Mundial, que ocorreria somente no século XX, o meio e final do século XIX foram marcados por inúmeras guerras menores entre os países europeus.

entrevista a.z. cordenonsi le chevalier avec editora

Era um cenário absurdamente fantástico para uma história de espiões. Afinal, os conflitos estavam na pauta do dia. Quando entendi o que queria fazer, comecei a popular a história com os personagens, coletando da literatura e da história real aqueles que eu acreditava casarem melhor com a história que eu queria contar. A ideia de ter espiões que se encontravam em várias situações – ou seja, que já se conheciam anteriormente – surgiu naturalmente a partir destas conclusões.

Em um mundo dominado pelos conflitos, seria absurdamente difícil que aqueles espiões nunca tivessem se encontrado anteriormente. Novamente, é muito mais uma consequência das minhas decisões como autor do que uma inserção, e é isso que faz a história funcionar e não parecer forçada.

 

VA: Se você morasse no universo de LeChevalier e tivesse que escolher uma das nações que estão expondo seus inventos na Exposição Universal. Em qual país você moraria. Por quê?

 

AZ: Acho que ficaria com a França, afinal, foi o país que eu mais me dediquei ao desenvolver o livro. Temos uma ligação cultural – em relação a literatura – muito forte com os países anglófilos, mas a minha formação deve muito a Júlio Verne, que era francês. E adoraria viver na mesma época que ele.

 

Le Chevalier em Transmídia

Eu gosto da dicotomia entre os universos. Quanto mais díspares os universos se apresentarem, mais riscos e melhor poderá ser a união entre eles.Cordenonsi

 

VA: Como o universo de LeChevalier irá se desdobrar em breve? Ele virará quadrinhos, correto? Existem ideias para futuros livros? (Eu queria uma série de livros, como Sherlock Holmes).

 

entrevista a.z. cordenonsi le chevalier avec editoraAZ: Sim, o projeto Le Chevalier envolve diversos outros artefatos, que estamos construindo. O próximo a ser lançado é a HQ “Le Chevalier e a Besta de Notre-Dame”, que está sendo produzido com a grande parceria de Fred Rubim, um artista fenomenal aqui de Santa Maria.

Eu desenvolvi o roteiro, já no formato de quadrinhos, e agora estamos na fase de criar o storyboard final. É um processo de parceria que tem dado muito certo. Além disso, estamos bolando a produção de jogos para celular, jogo de tabuleiro e RPGs.  E, é claro, o segundo livro da série, que está em fase final de construção.

 

VA: Conte alguma história dos bastidores. Alguma coisa envolvendo a produção do livro entre você e o editor Artur Vecchi. Ou algo engraçado envolvendo Le Chevalier.

AZ: Acho que o aspecto mais peculiar da produção do Le Chevalier ocorreu no contato entre editor e autor que eu tive com o Artur Vecchi, dono da editora.

Ele conheceu o meu trabalho quando estava abrindo a editora e me contatou, perguntando se eu tinha alguma coisa em vista. Falei do projeto Le Chevalier e ele ficou interessado.

Quando eu terminei a primeira versão, a versão suja mesmo, sem revisão nem nada, ele pediu para ler. Fiquei meio receoso, mas enviei. Foi a melhor coisa que fiz. Ele captou várias coisas importantes na história que precisavam ser alteradas. Isso me poupou um belo trabalho, pois pude desenvolver o texto já sobre algo muito mais consolidado do que revisar completamente o original e descobrir mais tarde um equívoco.

Este tipo de parceria é raro no Brasil, e achei extremamente importante para a construção da obra.

 

VA: Se você tivesse que adaptar um personagem que não fosse da literatura vitoriana ou Steampunk para o universo de LeChevalier, que personagem seria? E por que você considera interessante vê-lo num cenário de vapor e metal?

entrevista a.z. cordenonsi le chevalier avec editora

AZ: Eu gosto da dicotomia entre os universos. Quanto mais díspares os universos se apresentarem, mais riscos e melhor poderá ser a união entre eles.

Uma ideia interessante seria o universo do Harry Potter. Já se misturou steampunk com fantasia, mas não uma sociedade atual de bruxaria, por mais diversa que ela for. Acho que Harry Potter gostaria muito dos artefatossteampunk, afinal, a magia não se dá bem com eletricidade – como citado nas obras –, logo, seria uma boa alternativa à tecnologia atual.

 

O Motor Gaúcho do Steampunk

Realmente, é uma coincidência muito grande.Cordenonsi

 

VA: Santa Maria, de acordo com a mídia rio-grandense, é o “motor gaúcho do Steampunk”, o que você acha disso? (saiba mais aqui)

 

AZ: Realmente, é uma coincidência muito grande. Há poucos autores no Brasil que trabalham com steampunk e termos três deles em uma cidade no interior do Rio Grande do Sul é algo difícil de acontecer.

Eu, a Nikelen Witter (“Territórios Invisíveis”) e o Enéias Tavares (“Brasiliana Steampunk: Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison”) estamos trabalhando no gênero já há algum tempo. Na verdade, não creio que outra cidade no Brasil tenha um número tão grande autores que publicam nacionalmente no gênero steampunk.

santa maria motor gaúcho do steampunk entrevista a.z. cordenonsi le chevalier avec editora
Crédito da Foto: Jornal Zero Hora

 

Sobre a Vida como Escritor

[…] mas Júlio Verne foi prolixo. Sua obra estende-se em diversas direções, ampliando a ficção científica e pavimentando o caminho deste gênero literário.Cordenonsi

 

VA: Só pode escolher um como o melhor: Julio Verne ou Gaston Leroux? Por quê?

 

AZ: Júlio Verne, sem dúvida. Ele foi um escritor prolixo e influenciou uma geração de autores e leitores. Gaston Leroux produziu uma das obras mais adaptadas de todos os tempos (O Fantasma da Ópera), mas Júlio Verne foi prolixo. Sua obra estende-se em diversas direções, ampliando a ficção científica e pavimentando o caminho deste gênero literário.

 

VA: Quem foi o escritor (de qualquer gênero) que mais influenciou a sua escrita? Veja bem, não vamos falar de autores que instigaram a sua criatividade, mas aquele escritor que fez você entender que escrever e criar universos é muito mais do que colocar uma palavra a frente da outra.

 

AZ: Eu não sei se foi o escritor que mais me influenciou, mas, com certeza, foi o livro que, pela primeira vez, me mostrou que a literatura poderia ser um espaço infinito para a criação de histórias.

O livro é “Os Meninos da Rua Paulo”, de Ferenc Molnár. O livro conta a história de dois grupos de jovens garotos que se encontram nas ruas da Hungria, disputando o poder do grund, um pedaço de terra que serve de palco para as brincadeiras.

Fotos do Lançamento de Le Chevalier na Steamcon SP entrevista a.z. cordenonsi le chevalier avec editora

Eu o li muito jovem e, na época, estava acostumado com aventuras e histórias de detetive. Desta maneira, a morte, em si, não me era estranha. Mas eu nunca havia percebido que se poderia abordar esta questão e, na verdade, qualquer outra questão, nos contextos mais cruéis. E o final do livro me deixou perplexo pelo, o que achei na época, a coragem do autor. Foi o livro que me abriu os olhos, por assim dizer.

 

entrevista a.z. cordenonsi le chevalier avec editoraVA: Deixe seu recado para os leitores da Avec Editora e do Vida de Escritor. Faça seu jabá, convide-os para prestigiar a obra. O espaço é todo seu para falar com nossos leitores.

AZ: Galera que curte steampunk, aventura, espionagem e um bom livro para passar o tempo: espero que tenham gostado da entrevista.

O “Le Chevalier a e Exposição Universal” foi feito para você, meu caro leitor, que, com um cappuccino nas mãos, aprecia se perder nas páginas de uma obra de entretenimento, sorrindo, chorando e amaldiçoando os personagens e as reviravoltas da história. Pegue seus goggles, sua máscara e a pistola eletromagnética: está na hora de se aventurar, seguindo os passos de Le Chevalier em sua luta contra as forças que ameaçam Napoleão e o glorioso império Francês!

Au revoir!

 

_____________________________

 

Bom… Não tem muito o que falar.

Espero que você tenha gostado dessa entrevista com A.Z. Cordenonsi feita em duas partes. Ela é parte de minha contribuição com assessoria de imprensa para a Avec Editora.

Vale lembra que se você se interessou por Le Chevalier e tem interesse em adquirir o seu, leitor do Vida de Escritortem 10% de desconto se na compra do seu exemplar escrever “VDE” no espaço para “Cupom de Desconto”. Então, clique nesse link aqui e adquira o seu.

Por hoje é só tudo. Espero que você tenha aprendido bastante com Le Chevalier.

Te desejo, inspiração.

entrevista a.z. cordenonsi le chevalier avec editora

AZ: Eu gosto da dicotomia entre os universos. Quanto mais díspares os universos se apresentarem, mais riscos e melhor poderá ser a união entre eles.

Uma ideia interessante seria o universo do Harry Potter. Já se misturou steampunk com fantasia, mas não uma sociedade atual de bruxaria, por mais diversa que ela for. Acho que Harry Potter gostaria muito dos artefatossteampunk, afinal, a magia não se dá bem com eletricidade – como citado nas obras –, logo, seria uma boa alternativa à tecnologia atual.

 

O Motor Gaúcho do Steampunk

Realmente, é uma coincidência muito grande.Cordenonsi

 

VA: Santa Maria, de acordo com a mídia rio-grandense, é o “motor gaúcho do Steampunk”, o que você acha disso? (saiba mais aqui)

 

AZ: Realmente, é uma coincidência muito grande. Há poucos autores no Brasil que trabalham com steampunk e termos três deles em uma cidade no interior do Rio Grande do Sul é algo difícil de acontecer.

Eu, a Nikelen Witter (“Territórios Invisíveis”) e o Enéias Tavares (“Brasiliana Steampunk: Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison”) estamos trabalhando no gênero já há algum tempo. Na verdade, não creio que outra cidade no Brasil tenha um número tão grande autores que publicam nacionalmente no gênero steampunk.

santa maria motor gaúcho do steampunk entrevista a.z. cordenonsi le chevalier avec editora
Crédito da Foto: Jornal Zero Hora

 

Sobre a Vida como Escritor

[…] mas Júlio Verne foi prolixo. Sua obra estende-se em diversas direções, ampliando a ficção científica e pavimentando o caminho deste gênero literário.Cordenonsi

 

VA: Só pode escolher um como o melhor: Julio Verne ou Gaston Leroux? Por quê?

 

AZ: Júlio Verne, sem dúvida. Ele foi um escritor prolixo e influenciou uma geração de autores e leitores. Gaston Leroux produziu uma das obras mais adaptadas de todos os tempos (O Fantasma da Ópera), mas Júlio Verne foi prolixo. Sua obra estende-se em diversas direções, ampliando a ficção científica e pavimentando o caminho deste gênero literário.

 

VA: Quem foi o escritor (de qualquer gênero) que mais influenciou a sua escrita? Veja bem, não vamos falar de autores que instigaram a sua criatividade, mas aquele escritor que fez você entender que escrever e criar universos é muito mais do que colocar uma palavra a frente da outra.

 

AZ: Eu não sei se foi o escritor que mais me influenciou, mas, com certeza, foi o livro que, pela primeira vez, me mostrou que a literatura poderia ser um espaço infinito para a criação de histórias.

O livro é “Os Meninos da Rua Paulo”, de Ferenc Molnár. O livro conta a história de dois grupos de jovens garotos que se encontram nas ruas da Hungria, disputando o poder do grund, um pedaço de terra que serve de palco para as brincadeiras.

Fotos do Lançamento de Le Chevalier na Steamcon SP entrevista a.z. cordenonsi le chevalier avec editora

Eu o li muito jovem e, na época, estava acostumado com aventuras e histórias de detetive. Desta maneira, a morte, em si, não me era estranha. Mas eu nunca havia percebido que se poderia abordar esta questão e, na verdade, qualquer outra questão, nos contextos mais cruéis. E o final do livro me deixou perplexo pelo, o que achei na época, a coragem do autor. Foi o livro que me abriu os olhos, por assim dizer.

 

entrevista a.z. cordenonsi le chevalier avec editoraVA: Deixe seu recado para os leitores da Avec Editora e do Vida de Escritor. Faça seu jabá, convide-os para prestigiar a obra. O espaço é todo seu para falar com nossos leitores.

AZ: Galera que curte steampunk, aventura, espionagem e um bom livro para passar o tempo: espero que tenham gostado da entrevista.

O “Le Chevalier a e Exposição Universal” foi feito para você, meu caro leitor, que, com um cappuccino nas mãos, aprecia se perder nas páginas de uma obra de entretenimento, sorrindo, chorando e amaldiçoando os personagens e as reviravoltas da história. Pegue seus goggles, sua máscara e a pistola eletromagnética: está na hora de se aventurar, seguindo os passos de Le Chevalier em sua luta contra as forças que ameaçam Napoleão e o glorioso império Francês!

Au revoir!

 

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Bom… Não tem muito o que falar.

Espero que você tenha gostado dessa entrevista com A.Z. Cordenonsi feita em duas partes. Ela é parte de minha contribuição com assessoria de imprensa para a Avec Editora.

Vale lembra que se você se interessou por Le Chevalier e tem interesse em adquirir o seu, leitor do Vida de Escritortem 10% de desconto se na compra do seu exemplar escrever “VDE” no espaço para “Cupom de Desconto”. Então, clique nesse link aqui e adquira o seu.

Por hoje é só tudo. Espero que você tenha aprendido bastante com Le Chevalier.

Te desejo, inspiração.