Se existe algo que se pode dizer após a leitura completa da HQBeladona é que a protagonista Samantha passou por uma metamorfose. Não somente em sua aparência durante a passagem da infância para maioridade, como suas características.
A menina assustada que se escondia debaixo dos travesseiros aprendeu muito cedo a deixar os brinquedos e a lutar para não ser atacada por bebês-mortos-assassinos, anões do inferno e psicólogas psicopatas!
Tudo isso, é claro, ela encontrava no momento em que estava mais desprotegida: quando deitava na cama para dormir.
A Avec Editora conversou com o artista responsável pela incrível façanha de caracterizar cada mudanças física e psicológica Sam. EDenis Mello nos revelou o quanto sua vida profissional também metamorfoseou-se ao longo desses três anos de Beladona.
Confira!
Quais ferramentas preciso para sonhar?
Vagner Abreu: Quais os desenhistas de quadrinhos que mais influenciaram o seu traço?
Denis Mello: Tenho muitas influências, mas vou tentar destacar as principais. Até o final de 2009 eu lia basicamente hqs de heróis, gostava muito do Romitinha* desses, não me identificava com muitos outros. Em Novembro ganhei um livrão do Will Eisner, depois disso meu traço começou realmente a se desenvolver e ganhar uma cara própria, além de aderir definitivamente ao pincel.
Final de 2010 investi bastante em HQs nacionais, europeias e em coisas alternativas, e meu traço sofreu outra metamorfose que desaguou no início de Beladona, destaco daí o Hugo Pratt, Danilo Beyruth e um pouco de Paulo Pope. Atualmente alguns artistas que fui descobrindo e que eventualmente recorro para aprender mais são o Sean Gordon Murphy, Chris Samnee, Rafael Albuquerque, Alberto Breccia, Jorge Zaffino, Tommy Lee Edwards…
(Nota: * Por “Romitinha”, Denis se refere John Romita Junior, desenhista de quadrinhos consagrado por seus longos anos de trabalho na Marvel Editora)
Vagner: O que você lia quando criança ou adolescente. O que você lê hoje em dia?
Denis: Como disse, lia HQs de heróis. Desde antes de começar a ler, meu primeiro quadrinho foi o Homem-Aranha. Li bastante Turma da Mônica, entretanto, mais pela minha irmã mais nova, eu curtia mesmo os heróis.
Também consumi bastante Asterix ainda moleque. Hoje raramente leio heróis. Com uns 20 anos as portas se abriram para um mundo de leituras muito mais impressionantes; prefiro o alternativo e o nacional. Ou clássicos. Esse mês comprei um encadernado do Tarzan de Joe Kubert e outro do Mandrake, coisas lindas!
Vagner: Faça-nos um breve histórico de sua trajetória até aqui. Desde quando você aprendeu a desenhar até a publicação de Beladona. Fale sobre sua carreira como desenhista ou ilustrador.
Denis: Bom, eu desenhava muito em casa quando era moleque. Boa parte da infância passei em apartamento e sem ninguém da minha idade no prédio. Desenhava bastante, minha mãe tem essas coisas guardadas, às vezes até compartilha.
No colégio desenhava nas carteiras, chamava atenção, mas no ensino médio deixei pra lá, nunca tinha pensado que isso fosse uma profissão, queria ser Arqueólogo, Ufólogo…
Apenas depois do colégio passei a desenhar, fiz um curso rápido com o Renato Lima, entrei pra faculdade em 2008, e a essa altura eu já desenhava com mais frequência. Me envolvi na organização de eventos, e produzia.
Já, terminei a faculdade em 2013, já tinha ido até indicado ao HQ Mix. Diferente de muitos, eu já estava fazendo o que eu queria, não esperei terminar o curso para iniciar a carreira. Depois que fiz o primeiro quadrinho, ‘Palestina’, foi como eu disse lá em cima, comecei a produzir uma coisa em cima da outra. Nunca fico parado!
Hoje em dia tenho um ritmo de produção bacana e to só esperando fechar os envios de Beladona para focar num negócio próprio com quadrinhos educacionais. A intenção é dividir o tempo meio a meio entre quadrinhos legais que irão me dar retorno financeiro e colaborar para a educação de jovens – sou formado professor de artes pela EBA UFRJ – e quadrinhos autorais. Se possível começar uma série, mas isso vai envolver um planejamento grande e uma observação mais atenta do mercado pelos próximos meses.
Vagner: Como você começou a desenhar/ilustrar profissionalmente? Quais foram os primeiros trabalhos de antes de começar a publicar Beladona?
Denis: Comecei a fazer quadrinhos no final de 2009 com uma HQ sobre a questão Palestina x Israel. Depois disso, em 2010, fiz um quadrinho curto pra uma antologia com um amigo, uma espécie de Justiceiro carioca, o Justiça 40º, fiz HQs pra um jornal do Vasco, embora seja flamenguista…
Depois disso fiz a Saidêra 1, com uma pegada mais autoral e divertida. No ano seguinte fiz a Comic Cow, adaptação de quadrinhos que fiz numa vaca da Cow Parade e a Saidêra 2. Em dezembro de 2011 comecei Beladona.
Após isso, venho produzindo apenas Beladona, e participei de outra antologia, a “Imaginários em Quadrinhos vol.2”, com uma HQ muito porra louca escrita pelo Airton Marinho. Entre outras experimentações. Em Novembro completei 5 anos de carreira e 26 de idade, acho que ta passando tudo muito rápido, mas sinto que me aprimoro bastante de um ano para outro.
O Movimento da Rainha
Vagner: Quando você e a Ana se conheceram já a conhecia por causa da Patre Primordium ou do ArgCast?
Denis: Conheci a Ana numa palestra que ela nem se lembra. Depois disso nos encontramos em eventos como aSemana de HQ da UFRJ que eu organizava, e nas Rio Comicon!
Inclusive o convite pra ilustrar Beladona pintou nesse último evento. Gosto muito da Ana! Hoje me dia somos amigões, queremos estreitar relações para além dos projetos, mas é difícil, sempre uma correria. Outro dia fui falar com ela que apesar de não termos contato constante nem tanta intimidade assim, eu a amo, e tenho muito por tudo que fizemos juntos até aqui.
Vagner: Como foi o seu relacionamento com a Ana Recalde durante a criação dos capítulos de Beladona?
Denis: Estreita, porém libertária. Nós respeitamos bastante o espaço um do outro. Fizemos um brainstorm no primeiro mês, em 2011, e definimos ideias e a trajetória da história – na verdade eu apenas concordei com tudo que ela havia criado.
Depois disso, procurei dar o espaço para ela desenvolver seus roteiros, até agora não me decepcionei.
Sempre fico ansioso, pois odiaria desenhar um roteiro que não curti, mas ela é ótima. Eu procuro sempre mandar meus rascunhos de página, no início mandava tudo pb, tudo do processo todo. Hoje em dia ainda gosto que ela aprove pelo menos os layouts, mas depois só entrego a página pronta, criamos uma relação de confiança entre nós, e entre eu e meu trabalho também.
Vagner: Teve alguma noite, após leitura do roteiro de Beladona em que você foi dormir apavorado pelo que desenhou?
Denis: Seria mentira se dissesse que sim, mas já perdi noites na cama depois de ler o roteiro (ou lendo o roteiro antes de dormir), imaginando como seriam as páginas e me assombrando com a complexidade de algumas delas, e com o desafio que seria executar.
Mas eu sou um cara muito frio pra isso, não me abalo com filmes de terror, apenas amo essa estética e essa violência. Muita gente já veio me falar que realmente sente medo, ou que deixou de dormir depois de ler.
Eu acredito, mas minhas emoções infelizmente não me permitem vivenciar algo assim. Tive isso quando era muito novo, uns 9 anos e vi cenas do ‘Exorcista’ na tv. Foi traumático por um tempo, mas depois que isso passou, raramente sinto medo de qualquer coisa.
Vagner: Você utiliza pessoas que você conhece como referências para a concepção visual de alguns personagens? Tem alguns que você gostaria de nos revelar?
Denis: Em Beladona não, mas nas Saidêras 1 e 2 desenhei umas histórias que eu chamo de “semi autobiográficas” . Nelas coloco “aventuras” etílicas minhas e de amigos meus, e procurei botar parte da minha galera (que é grande) nesses quadrinhos.
Foi algo especial de se fazer, amo meus amigos e os momentos que eles me proporcionam. Agora sempre que rola uma noite muito louca (constantemente), tem alguém para falar que tinha que fazer um quadrinho disso! (risos)
Eu já não tenho vontade de voltar nesse tipo de quadrinho, apesar da diversão. Tenho muitos plots [ganchos] de histórias engavetadas esperando o fim dessa primeira parte de Beladona para ganhar vida.
Um Sonho de Mil Gatos
Vagner: Comente sobre a importância da participação do público no processo de publicação de Beladona.
Denis: Fundamental por vários aspectos. Primeiro por existir um publico leitor com vontade de ter o livro que nos deu a certeza de que valia a pena comprar a briga. Segundo pelo apoio do pessoal no Catarse, tanto financeiro quanto de divulgação. Foi uma impressionante corrente de energia positiva sem a qual o livro não existiria (e com ele pronto, creio que todos concordamos quão importante foi ter lutado tanto para imprimi-lo), sou extremamente grato a todos eles. Terceiro, que agora nessa nova etapa, depois que todos estiverem com seus livros, e lerem, vir uma nova corrente e divulgação. Não tão direta quanto a do Catarse, mas esse processo de boca a boca, de expandir o território, de nos ajudar a promover o produto.
Vagner: Quais as dificuldades que você observa em publicar quadrinhos no meio digital?
Denis: Eu sou péssimo auto-promotor. Não tenho know how para ficar me divulgando o tempo todo. Sou ótimo vendedor em stand de evento, mas pela internet eu sofro com travas de etiqueta digital que sempre me impus, temo ser invasivo.
Publicar é tranquilo, não te custa nada (além do tempo, obviamente), mas não adianta publicar e não mostrar. Beladonaao longo desses três anos poderia ter um publico muito maior formado, mas comemos muita bola.
Sobre a parte de capitalizar em cima de quadrinhos digitais, existem várias formas. Uma delas, que seria a publicação de HQ digital pago, ainda é ridículo. Você não tem gasto de impressão, mas a cadeia de atravessadores com aAmazon, por exemplo, é praticamente a mesma de uma livraria física – com um retorno ridículo para o artista.
Então, não é tão simples publicar e ganhar diretamente em cima disso digitalmente. Aí o pessoal recorre a produtos dos mais variados para vender pro seu público.
Para mim foi tranquilo: produzi as páginas, publiquei, mas não tive retorno. É justamente isso o que dificulta no momento a produção de mais material dentro desse universo. Preciso trabalhar e pra produzir quadrinho de ponta assim sem receber é complicado. Minha vida financeira é caótica, e sei que tenho feito um bom trabalho de quadrinhos. Sou um retrato do mercado. (risos)
Vagner: Como você vê a internet numa etapa muito importante do teu trabalho que é a divulgação?
Denis: Me promovo mal, tenho medo de ser invasivo com meus amigos nas redes sociais. Eu sinceramente não gosto muito de redes sociais. Tenho por motivos profissionais, é importante, caso contrário eu viveria apenas no mundo real.
Durante o Catarse eu tive um aval de mim mesmo para promover a campanha exaustivamente: Várias postagens todos os dias. Normalmente eu não sou assim.
Eu tenho que fazer uma reciclagem e renovar meu esquema de autopromoção, pois é importantíssimo e eu tenho certeza que já poderia estar muito melhor situado no mercado se soubesse fazer isso bem.
Sabe aquela sensação de sentir como se estivesse dormindo ainda?
Vagner: Qual foi o seu real sentimento ao ser indicado duas fezes ao troféu HQMix por melhor HQ online? Quando recebeu a indicação de desenhista revelação, o quê sentiu?
Denis: Fiquei feliz e orgulhoso. Achei as indicações como web quadrinho bem justa, torço muito para que ganhemos esse ano, pois é o último ano em que Beladona irá concorrer como web quadrinho, e acho que seria realmente uma pena fechar o ciclo sem esse troféu. Tenho certeza que merecemos isso!
A minha indicação como “Desenhista Revelação” foi importante principalmente para me dar certeza de que eu estava acertando. Entende?
Você vai fazendo a coisa, anos e anos, sem muito feedback, por mais que você ache massa e alguns amigos da área digam “tá bacana o trabalho”, uma indicação é, pra mim, um atestado de que realmente estou fazendo um bom trabalho.
E seguindo um caminho bacana nesse início de carreira. O mercado é difícil, ter essa confirmação ajuda a erguer a cabeça e ir adiante com mais confiança.
Vagner: Quais os personagens de Beladona que mais surpreenderam o desenhista e por quê?
Denis: A Ana criou personagens incríveis. A versão onírica da psicóloga, do ponto de vista da arte é a que mais curto desenhar, pois permite um trabalho de chiaroscuro muito divertido, abolindo o contorno e trabalhando as formas e o fundo, e o design foi todo meu. A ideia foi toda minha.
Os demais personagens a Ana passava o briefing.
Pelo personagem em si, é difícil, mas sou especialmente apaixonado pelos pesadelos: A Loira, a Llorona e o Homem do Saco estão lá, são lindos e tem tantas camadas e histórias possíveis para cada um deles, tantas coisas não contadas no livro que povoam a minha cabeça.
É terrível não ter tempo nem investimento que me possibilite colocar tudo o que eu gostaria no papel…
“Como você define o real?”
Vagner: Quais os mecanismos que você usou para trabalhar a narrativa em Beladona que irão impactar a experiência de leitura?
Denis: O esquema sem requadros utilizado nas páginas de pesadelo sem duvida alguma. É um recurso muito difícil de ser aplicado, e eu uso à exaustão. Ele não é usado a toa: o objetivo é despertar na imersão do leitor essa sensação onírica, sonhos são assim, as coisas não são muito bem definidas, nem a sequência dos acontecimentos muitas vezes, algumas coisas se fundem com outras.
Algumas críticas apontaram que eventualmente se sentiram confusos. Eu acho que consegui alcançar um nível altíssimo no uso dessa técnica, poucos usam, Eisner era “O cara” nisso e me ajudou muito. Considerando o nível de dificuldade de executar essa missão, acho que fui realmente muito bem!
Destacaria também o tom sombrio e sujo, encontrei isso no meu traço e não sei como sair disso agora, é muito prazeroso fazer quadrinho de terror.
Vagner: Como foi a pesquisa pelas referências no roteiro de Beladona?
Denis: Em geral a Ana me passa referências e eu não preciso pesquisar tanto. Um personagem interessante que tive de fazer muita pesquisa foi o Homem do Saco.
No final optei por um visual com referência à camisa de força, e inseri o saco feito de rostos humanos costurados que não estava em nenhuma referência. Mas também tive duvida por um monstro com adereços típicos de babás, ou por algo mais mendigão…
O vilão final foi interessante também, mas é difícil de falar muito sem dar spoilers, no fim do livro eu falo sobre esse processo. Os cenários foram um prazer à parte. Aliás, a história do Parque de Diversões exigiu uma pesquisa trabalhosa, mas em geral tenho bastante liberdade.
Esse cenário desolado que uso em boa parte do mundo dos pesadelos foi ideia minha, e a Ana continuou usando isso adiante. Foi uma grande troca entre nós dois.
“Todas as obras de arte tem que começar pelo final” (-Poe)
Vagner Como foi o processo de seleção dos prêmios extras para a HQ? O que você tinha em mente quando optou por colocar RPG, cards e um Apanhador de Sonhos entre os prêmios adicionais?
Denis: O RPG foi uma sugestão minha para tornar algo que já deveríamos fazer uma coisa mais útil a divertida.
Por Beladona ter uma licença Creative Commons, outras pessoas poderiam criar em cima da nossa base, então a ideia era fechar um livro estabelecendo os limites e elementos desse universo que não aparecem na HQ.
Para não ficar um livro de consulta apenas, sugeri que virasse um RPG, assim poderia ser algo mais interativo com o público, ajudando inclusive a fixar o universo estabelecido e seus princípios para os leitores e para outros que venham a jogar através dos apoiadores.
A Ana e o Antônio, seu companheiro, desenvolveram um sistema próprio, e eu sei que é um livro do qual teremos muito orgulho também, quero fazer ilustrações lindas para ele.
Os cards, depois de ter visto como ficou bacana, se eu soubesse teria feito um card game, mas a intenção inicial era de serem objetos colecionáveis para os fãs da série, inspirados nos clássicos cards do chocolate Surpresa.
Eu tenho até hoje, sei a magia que essas coisas despertam. O Apanhador já foi algo mais ousado, pois vai dar trabalho pra enviar, mas para os que realmente quiserem, achamos que combinaria com nossa temática, que fazia sentido. Só botamos isso porque ia ser muito legal, mas não é nada prático pra gente (risos).
Vagner: Em sua opinião. O que um ilustrador deve ter em mente ao trabalhar com um produto, que é ou será transmídia?
Denis: Bom, to começando com isso agora, e to engatinhando, mas por muito do que ouvi e imagino, é realmente algo não só legal como importante.
Acho que algo a se fazer é apresentar o potencial do seu material para outras mídias.
Beladona vai virar jogo, trilha, RPG, poderiam ser mais coisas, vejo um potencial cinematográfico incrível pra esse universo. Acho que o principal é apresentar e fazer sua vitrine, o restante quando rolar eu conto como foi! (risos)
Perdido no Labirinto de sua Mente
Vagner: Ao ter atingido mais de R$ 38 mil, isso significa que teremos um vídeo-game de Beladona? Como será esse jogo? O que você pode nos adiantar dele?
Denis: Significa sim! Mas no momento eu realmente não posso passar uma previsão de data.
Tivemos alguns problemas, principalmente com a gráfica em que iríamos fazer e onde tínhamos um orçamento, e tivemos que mudar de gráfica em cima da hora. Isso nos custou um rombo no orçamento, que compromete a execução do game. Ou seja, teremos que usar uma parte da grana das vendas (que já é pouca) para produzir isso, algo que não contávamos quando colocamos a meta extra.
Sendo sincero, fico triste de ter que tirar do próprio bolso, porque sou um cara muito duro de grana. Mas é um compromisso, fazer essas coisas todas no circuito independente infelizmente tem dessas.
Então apesar de não ter previsão de lançamento, o jogo vai ser algo realmente bacana. De tudo o que pensamos, o que posso adiantar é que o personagem principal não será a Beladona, e sim o Eduardo!!
Borrando os limites entre pesadelo e vigília…
Vagner: O que você espera que Beladona seja para o Mercado de quadrinhos no futuro?
Denis: Ainda é muito cedo para falar, depende muito de como esse ano será, mas considerando a consistência da história e seu universo expandido, o produto final lindo e de respeito que é esse livro, acho que pode ser uma referência.
Veja bem, eu e Ana estamos a algum tempo nessa estrada, mas não é tanto assim, e até então publicamos zines. De repente estamos com um livro desse porte, isso tudo feito de maneira independente, no suor e na raça.
Isso pode ser um exemplo para outros que se interessem por trilhar esse caminho, mas se mesmo depois disso tudo não atingirmos um reconhecimento adequado por conta seja lá do que, isso também pode desencorajar pessoas.
Sobre o gênero de terror em si, muita gente voltada para isso tem dito sobre Beladonaestar renovando a área de terror como nenhuma obra recente fez. Foi um gênero importantíssimo no mercado algumas décadas atrás, mas muita gente já esqueceu tudo o que passou, é preciso arqueólogos para a nossa história recente, é algo impressionante.
Espero que possamos ser tudo o que muitos apostam. Eu, particularmente, vou com parcimônia nessas pretensões. Acho um livro incrível, e fico feliz de ter produzido algo que eu realmente gostaria muito de ler e ter.
Vejo muita coisa boa vindo, acho que é um trabalho capaz de feitos incríveis no mercado, e temos uma editora parceira na distribuição fazendo um grande trabalho na distribuição, que só não foi maior ainda porque precisamos enviar as recompensas primeiro. O Artur [Vecchi] daAVEC ta fazendo um ótimo trabalho de divulgação e vestiu de fato a camisa pelo projeto.
Seu potencial é grande, agora confirmá-lo é uma outra história que envolve vários fatores. Cruzemos os dedos e trabalhemos com afinco.
Às vezes quando acordo, queria ter ficado naquele mundo…
Vagner: Deixe seu recado para os leitores de Beladona.
Denis: Aos que já acompanham e apoiaram no Catarse, muito obrigado, espero que estejam curtindo tudo o que estamos fazendo e ainda iremos fazer para vocês! Ajude-nos a promover isso, pois tornarBeladona um sucesso será importante não apenas para mim e para a Ana, mas para todo o mercado e outros artistas, na medida em que ampliamos o publico leitor de quadrinhos para todos! Que poder em suas mãos, não?
E para quem está chegando agora, por favor, leiam com carinho!
Na duvida, leiam online o que temos disponível, dá pra ter uma boa noção, mas se puderem adquirir o livro, garanto que é uma experiência única, o formato e o cuidado editorial para favorecer sua imersão dentro desses pesadelos…
É um projeto muito especial e que merece uma chance. Se gostar, passe adiante a informação não só para aquele amigo que curte quadrinhos e aquela prima que curte terror, mas para qualquer um que você ache que possa gostar, afinal quadrinhos são muito bacanas e merecem ser lidos por cada vez mais gente!
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Quadros em uma galeria de sonhos!
Agora que chegou ao final dessa matéria, você percebeu que passou por uma jornada em que descobriu mais sobre a vida profissional de Denis Mello? Não é apenas conhecer mais sobre desenhista. É saber mais sobre o marcado de quadrinhos.
Se você andou acompanhado blogs de HQ, já deve estar familiarizado com o seu traço mutante entre a representação do mundo real e do onírico. Então, você já sabe do que Beladona se trata, certo?
Mas o que você ainda não sabe sobre Beladona é que há muitos mistérios que somente a história irá te contar. Por isso, compre agora mesmo o seu exemplar naAvecStore. E se preferir leia os três primeiros capítulos de graça em Petisco.org.
Entrevista por Vagner Abreu.
Gestão de Conteúdo para Web/Assessoria Imprensa.